Estado da arte

Nas sociedades modernas e evoluídas os cidadãos situam-se no centro do modelo de prestação de cuidados de saúde. Por isso devem ser ouvidos sobre os cuidados prestados e as suas opiniões e preferências devem ser respeitadas, tentando satisfazer as suas legítimas necessidades.

Neste sentido, em Portugal, assiste-se ao aparecimento de várias iniciativas e estudos preocupados com a voz dos cidadãos na saúde. Podem destacar-se os seguintes:

Estas múltiplas manifestações de interesse pela opinião do cidadão sobre saúde merecem todo o realce.

Garantir a satisfação do cidadão na utilização das diferentes valências do sistema de saúde é um objectivo que orienta a acção.

No entanto, "medir" essa satisfação revela-se uma tarefa que merece alguns cuidados. Não é o mesmo obter a opinião dos cidadãos – o denominado público – com ou sem experiência concreta de utilização, ou interrogar utilizadores efectivos de serviços de saúde. Enquanto que a satisfação dos utentes é influenciada pela sua experiência mais recente, a do público é mais influenciada pelos media e, em Portugal, também por uma atitude demasiado negativa e crítica que os portugueses têm das suas instituições de saúde.

Durante os últimos anos a avaliação da satisfação com os cuidados de saúde ganhou grande importância como medida da qualidade na prestação de cuidados de saúde públicos, de tal forma que durante as últimas décadas e de uma forma gradual, as actividades de garantia e melhoria da qualidade têm vindo a ser encaradas como fazendo parte dos processos de cuidados médicos e mesmo dos programas políticos. O programa do actual XV Governo Constitucional preconiza, por exemplo, que "o compromisso político do Governo é o de que as reformas a realizar serão norteadas pela preocupação de dar às pessoas um atendimento de qualidade, em tempo útil, com eficácia e com humanidade".