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Prioridades de investigação em Saúde Mental em Portugal – as perspectivas de um painel Delphi de psiquiatras e pedopsiquiatras

Autor: 
Fernando Sousa

Este estudo teve como objectivo identificar prioridades de investigação consensual em saúde mental em Portugal, junto de psiquiatras e pedopsiquiatras de todos os Distritos de Portugal Continental. Solicitou-se-lhes que indicassem até quatro tópicos para investigação que na sua opinião deveriam ser considerados prioritários.

Os resultados obtidos suscitam várias questões que carecem de uma discussão e aprofundamento adicional.

Identificou-se, através do recurso à aplicação da técnica do Painel Delphi, junto de psiquiatras e pedopsiquiatras, prioridades de investigação consensual em saúde mental em Portugal. Endereçou-se convites a 77 médicos com a especialidade de psiquiatria ou pedopsiquiatria. Cerca de 37 (48.1%) aceitaram participar na primeira das três voltas deste exercício. Foi-lhes solicitado que indicassem até quatro tópicos de investigação que na sua opinião deveriam ser considerados como prioritários. Em resultado da 1ª volta apuraram-se 110 tópicos de investigação que foram posteriormente por nós organizados em 14 categorias e devolvidos numa 2ª volta para apreciação do Painel. Nessa volta foi-lhes solicitado que, no âmbito de uma futura agenda de investigação em saúde mental, se pronunciassem sobre o grau de prioridade a atribuir a cada um desses tópicos. A 3ª volta, consistiu numa repetição da volta anterior, tendo-se no entanto fornecido aos membros do Painel informação de feedback sobre o posicionamento central e dispersão do grupo em cada um dos tópicos de investigação. Face à definição de consenso adoptada identificou-se, distribuídos por diferentes graus de prioridade, a presença de consenso em 67 tópicos. Os requisitos estabelecidos para classificação enquanto "prioridade de investigação consensual" foram identificados em 18 desses tópicos, que na sua maioria se englobaram nas categorias da «investigação epidemiológica», «organização e prestação de cuidados» e «identificação de necessidades». Os resultados obtidos suscitam um conjunto de reflexões e medidas para a acção na investigação em psiquiatria e pedopsiquiatria. Contudo, se adoptarmos uma perspectiva mais geral da saúde mental, constatamos que neste campo interagem vários outros actores para além dos psiquiatras e pedopsiquiatras, que vão desde outros profissionais de saúde, a utilizadores dos serviços de saúde mental e seus familiares. Entendemos assim ser necessário alargar este trabalho a esses actores como forma de averiguar a convergência e/ou divergência de perspectivas.

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