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A Governação dos Hospitais
O Livro a Governação dos Hospitais fala-nos muito da Gestão em Saúde e sustenta que a responsabilidade e a liderança, são dois conceitos que estão intimamente ligados e obrigatoriamente presentes em qualquer modelo de organização hospitalar.
A introdução de uma cultura próxima de um conceito de gestão empresarial provocou algumas rupturas na visão clássica da nossa gestão hospitalar, desde sempre preocupada com a dimensão técnica dos seus profissionais, mas menos atenta à eficiência da organização. Entretanto, a valorização crescente da segurança e a tentativa de reduzir ao mínimo o risco que qualquer internamento pode condicionar, trouxe o desenvolvimento explosivo do conceito do ambulatório, da redução da demora média, da necessidade de uma plataforma tecnológica de resposta rápida e o consequente apoio domiciliário O hospital é visto pela sociedade não como uma empresa que presta serviços, mas como uma entidade mítica cuja actividade joga com a saúde e com a vida das pessoas. Estes por si só (a saúde e a vida) são também direitos fundamentais e pelos quais o Hospital tem a suprema obrigação de zelar. O progressivo aumento da idade e, consequentemente, dos anos de vida «sem saúde» significa mais necessidades de cuidados, especialmente para responder a doenças com grande incidência na população mais envelhecida.
A área do medicamento exige uma gestão mais qualificada pois não tem que ver só com negociação de preços mas muito com a optimização dos resultados. Aumentar a efectividade e, acima de tudo, evitar efeitos adversos Ao nível hospitalar temos assistido nos últimos anos ao incremento dos custos associados aos medicamentos prescritos nas consultas externas e nos hospitais de dia ou ainda cedidos através da farmácia hospitalar.
Cerca de 70% da verba atribuída à aquisição de medicamentos trata «apenas» 10% dos doentes hospitalares. As doenças oncológicas, o tratamento do VIH/sida, a esclerose múltipla, os doentes transplantados, as doenças do foro reumatológico e as doenças raras são as mais representativas.
Será que deve existir uma política do medicamento transversal às Unidades Locais de Saúde (ULS), bem como aos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES). Será que se torna importante a articulação entre os conselhos clínicos dos ACES ou das ULS com a direcção clínica do Hospital de referência, para utilização de protocolos comuns e de políticas gerais para a utilização de medicamentos.
A introdução de novos modelos de gestão nas unidades de saúde determinou maiores exigências, quer ao nível da garantia do acesso com qualidade, quer ao nível do acompanhamento, sendo que neste contexto de mercado imperfeito, é essencial que o Estado disponha dos mecanismos necessários para assegurar as funções de financiamento, regulação e acompanhamento dos cuidados de saúde prestados às populações.
Também a contratualização interna tem implícita uma nova forma de relacionamento, alterando as formas de tomada de decisão, constituindo-se como um modelo de gestão participada e de proximidade que visa criar consistência entre todas as actividades do Hospital. A contratualização define-se hoje como o modelo mais adequado entre o Estado financiador e o Estado prescritor ou ainda se quisermos, entre o Gestor Planeador e o Gestor Prestador. Daí a evolução natural para responsabilizar os profissionais, no âmbito da actividade clínica, pelo desempenho acordado.
Outro dos principais instrumentos de gestão é o planeamento da alta que deve ser entendido pela organização como um processo contínuo e dinâmico. Os serviços assistenciais do hospital devem ser detentores de um sistema de sinalização de doentes para a Equipa de Gestão de Altas.
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